_ Olha, por que.. por que a lua 'tá agora, se nem é de-noite?
_A lua sempre 'tá lá. Todo lugar que você tiver, é só olhar pro lado que ela vai 'tá lá.
_Até no centro?
_Até, no centro.
_Ela tem buraco..Ela tem buraco? Não da pra ver.
_Ela 'tá muito longe.
_E o quê que tem dentro dela? O que tem dentro dela?
_ Olha ela ali, seguindo a gente..
_E o sol? O sol fica perto da lua?
_Não. Ele fica do outro lado, porque.. porque se ele tiver perto dela, ela derrete.
_Mas, como é que derrete.. como é que derrete se ele nem é fogo? Ele tem fogo?
_Ele..
_Ah, ah! Quer dizer então que.. quer dizer que na lua faz frio e no sol.. no sol faz.. quente!?
_Olha ela ali ó, seguindo a gente..
quarta-feira, fevereiro 28, 2007
terça-feira, fevereiro 27, 2007
Bunitão da bala Chita
Aquilo era babado. Era de-sino. Era boogie-woogie.
Era um Fusca. Um peito semi-aberto.
Era um estilo só.
Escondendo-se de si mesmo, por trás de um Ray-Ban escuro.
Rindo do medo de não ser um Tony Tornado.
Era um Fusca. Um peito semi-aberto.
Era um estilo só.
Escondendo-se de si mesmo, por trás de um Ray-Ban escuro.
Rindo do medo de não ser um Tony Tornado.
Engenharía: É mulhé fêia, cachaçada e putaría
Daqui umas semanas, devo passar na porta da FAFICH cantando: "Ado-Ado-Ado! Na FAFICH só dá viado!"
Envergonhado, no entanto, com a falta de ritmo, mínimo.
Envergonhado, no entanto, com a falta de ritmo, mínimo.
Pau pra toda obra
Ó moço, me desdenha. Pois não?
Venha aqui e me ouça. Contemple meus argumentos.
Ouça essa fita velha, cheia de porra-louquice.
Leva-me a teu senhor. Banha-me com sua vontade.
Des-diga-me de mim e me fale de você.
No tic-tac do senso, do homem. Na sincronia daquela modinha, de tzim-plac-tudú. De eu e de você, de bem estar. De lá estar.
Bem longe de você.
Venha aqui e me ouça. Contemple meus argumentos.
Ouça essa fita velha, cheia de porra-louquice.
Leva-me a teu senhor. Banha-me com sua vontade.
Des-diga-me de mim e me fale de você.
No tic-tac do senso, do homem. Na sincronia daquela modinha, de tzim-plac-tudú. De eu e de você, de bem estar. De lá estar.
Bem longe de você.
Remake
De tempos em tempos, a gente se promete calado.
Se compromete com o silêncio.
E dá o bolo, porém.
É o tempo para o vinho virar vinagre. Para a verdade virar piada.
Se compromete com o silêncio.
E dá o bolo, porém.
É o tempo para o vinho virar vinagre. Para a verdade virar piada.
sábado, fevereiro 24, 2007
Aspas, por favor
"Uma vez me disseram que a partir do momento em que você percebe que o mundo é uma farsa e que nada tem sentido você entra em parafuso e se sente nula.
Nesse momento, você tem vontade de se matar (essa vontade é só algo que te passa pela cabeça e não algo que você efetivamente faça , sim?) e, a partir do momento em que você escolhe não se matar, não terminar com essa experiência (a sua única), a vida te pertence.
Não foram os seus pais que transaram e copularam e te tiveram. Foi você que se teve, que renasceu. "
http://contosbanais.blogspot.com
Nesse momento, você tem vontade de se matar (essa vontade é só algo que te passa pela cabeça e não algo que você efetivamente faça , sim?) e, a partir do momento em que você escolhe não se matar, não terminar com essa experiência (a sua única), a vida te pertence.
Não foram os seus pais que transaram e copularam e te tiveram. Foi você que se teve, que renasceu. "
http://contosbanais.blogspot.com
Um crime delicado, e perfeito.
Enfim, o que sempre quis provar. O castelo que sempre quis botar abaixo, desfaleceu.
Refém de uma maré que, terrorista por natureza, subia pouco a pouco.
Para depois des-subir, fria. Como se nada tivesse acontecido.
Uma pena.
Aquela pena sobre a poça de sangue.
Nada mais que uma pena, e, uma poça de sangue.
Subestimei a asa das coisas.
Subestimei o poder dos versos.
Subestimei até o auto-entendimento das coisas.
A música realmente me chocou. Me chutou no saco.
Deu numa angústia seca, como se cada vírgula fosse uma faca cega.
Um tiro.
De bala-perdida, talvez.
Mas, que também mata.
Refém de uma maré que, terrorista por natureza, subia pouco a pouco.
Para depois des-subir, fria. Como se nada tivesse acontecido.
Uma pena.
Aquela pena sobre a poça de sangue.
Nada mais que uma pena, e, uma poça de sangue.
Subestimei a asa das coisas.
Subestimei o poder dos versos.
Subestimei até o auto-entendimento das coisas.
A música realmente me chocou. Me chutou no saco.
Deu numa angústia seca, como se cada vírgula fosse uma faca cega.
Um tiro.
De bala-perdida, talvez.
Mas, que também mata.
quinta-feira, fevereiro 22, 2007
Pão integral e mel
Eu fiquei maravilhado com ela.
Re-fiquei, mesmo, jurando.
Com aquelas palavras tão virgens.
Tão pré-homem-da-vida-dela.
"Ela é foda.."
Re-fiquei, mesmo, jurando.
Com aquelas palavras tão virgens.
Tão pré-homem-da-vida-dela.
"Ela é foda.."
Matemática e Português
Eu avistei, olhei para o chão, esperei ele também olhar, e as duas sobrancelhas subirem juntas.
Uma lindeza de espasmo, polvilhado de nostalgia.
Um comprimento com quase-abraço e palmadinhas no mamilo.
Eu avistei, olhei para o chão, retirei os óculos, semi-limpando-os. Achei a artimanha batida. Esperei ele também olhar, e os olhos se esbugalharem da miopia.
Só esperei, demorei demais.
Só deu tempo dele ser seco.
Secamente elegante.
Opa, tórax.
Uma lindeza de espasmo, polvilhado de nostalgia.
Um comprimento com quase-abraço e palmadinhas no mamilo.
Eu avistei, olhei para o chão, retirei os óculos, semi-limpando-os. Achei a artimanha batida. Esperei ele também olhar, e os olhos se esbugalharem da miopia.
Só esperei, demorei demais.
Só deu tempo dele ser seco.
Secamente elegante.
Opa, tórax.
terça-feira, fevereiro 20, 2007
Nome de música
É engraçado que, a gente vai lendo, e cria a teoria do entendimento. Simultâneamente.
Porém, as linhas passam e a gente se enxe de contraponto.
É uma loucura, muito, mas muito densa.
Um buraco negro.
Porém, as linhas passam e a gente se enxe de contraponto.
É uma loucura, muito, mas muito densa.
Um buraco negro.
Trinta e poucos
Ela disse também que nem era obrigada a entender tudo mastigado.
Que chorar três vezes, sem saber porquê, já era o suficiente.
Que chorar três vezes, sem saber porquê, já era o suficiente.
PS:
Na verdade, acontece que a gente se esquece e volta a se afogar em si mesmo.
Se afoga no apelo auto-biográfico.
Ela disse que, não 'guentava ver o filme novamente. Aquele tipo de tiro no pé.
Aquilo dava vazio no coração.
E, desavisava-nos sobre o lado utópico da coisa.
Daquela idéia de mudar o mundo dentro, de casa.
Trabalhando em casa.
Isso não deve existir.
Se afoga no apelo auto-biográfico.
Ela disse que, não 'guentava ver o filme novamente. Aquele tipo de tiro no pé.
Aquilo dava vazio no coração.
E, desavisava-nos sobre o lado utópico da coisa.
Daquela idéia de mudar o mundo dentro, de casa.
Trabalhando em casa.
Isso não deve existir.
Garoto-Esfíncter
Que barriga grande, de curva. Desquebrante demais da conta. De dar vontade de falar mal.
Um mal de século, coisa de nêgo mau.
Me endiabro de não lhe entender, de querer e não conseguir ser como aquela escritora que falou denso.
Ou aquela que falou, maria-homem como só de cabelos curtos, e não daquele jeito meio Marisa Monte.
Que afirmou sua originalidade da forma mais sensacional, já nos ensinada.
Putismo de primeiro grau.É onda. É parisismo. O bem do nosso século.
Falar de si mesmo, achar isso bonito, pular essa e achar mais bonito ainda.
Imagina você sendo entrevistado? Que lindo. Falar de você mesmo.
Sorrir e achar sua excentricidade um máximo.
Se pula.
Pula-se. Escolhe.
Ele, de nome grande, alemão-meio, nome de touro da Disney.
Corno manso, desajeitado. Falável. Nem quer saber da vida. E muito menos da flexibilidade dela.
Agora, ela, de roupas até agradáveis, de boca esporrante, quer mesmo é do outro.
Do minino de ouro.
Quer o mundo, faz marmita por esse mundo. Só pra ele.
Ele, bem longe do mundo e da Linha Amarela.
Um mal de século, coisa de nêgo mau.
Me endiabro de não lhe entender, de querer e não conseguir ser como aquela escritora que falou denso.
Ou aquela que falou, maria-homem como só de cabelos curtos, e não daquele jeito meio Marisa Monte.
Que afirmou sua originalidade da forma mais sensacional, já nos ensinada.
Putismo de primeiro grau.É onda. É parisismo. O bem do nosso século.
Falar de si mesmo, achar isso bonito, pular essa e achar mais bonito ainda.
Imagina você sendo entrevistado? Que lindo. Falar de você mesmo.
Sorrir e achar sua excentricidade um máximo.
Se pula.
Pula-se. Escolhe.
Ele, de nome grande, alemão-meio, nome de touro da Disney.
Corno manso, desajeitado. Falável. Nem quer saber da vida. E muito menos da flexibilidade dela.
Agora, ela, de roupas até agradáveis, de boca esporrante, quer mesmo é do outro.
Do minino de ouro.
Quer o mundo, faz marmita por esse mundo. Só pra ele.
Ele, bem longe do mundo e da Linha Amarela.
Independent-George
Eu aprendi a não querer ser rude. Por mais que eu seja, de vez em sempre.
Mas, eu bem seria se cuspisse em sua cara que não quero esse mundo dela.
Seria um colapso de dois mundos.
Os recém-pré-adultos geralmente correm disso.
Mas, eu bem seria se cuspisse em sua cara que não quero esse mundo dela.
Seria um colapso de dois mundos.
Os recém-pré-adultos geralmente correm disso.
domingo, fevereiro 18, 2007
Freddie goes to
A gente acha que o fim é esse tipo de coisa, que se acaba num plim de olhos.
Mas não. Isso nem deve existir.
Sei mesmo é da existência dessa coisa interminável.
Não é como nos filmes. Ou novelas.
Quando as garotas dizem "Ai que alívio!".
Mas não. Isso nem deve existir.
Sei mesmo é da existência dessa coisa interminável.
Não é como nos filmes. Ou novelas.
Quando as garotas dizem "Ai que alívio!".
Alforria
É meio engraçado. O corpo fica desligado da alma amassada nessa bolinha densa no centro do peito.
Enquanto os braços chacoalham com a música, um mundo cheio de certeza cai aqui dentro.
Agora ela está "volto logo".
É meio terrível.
Enquanto os braços chacoalham com a música, um mundo cheio de certeza cai aqui dentro.
Agora ela está "volto logo".
É meio terrível.
Bitous
"And in her eyes you see nothing,
No sign of love behind the tears
Cried for no one
A love that should have lasted years."
No sign of love behind the tears
Cried for no one
A love that should have lasted years."
sábado, fevereiro 17, 2007
Fraquismo
O ar flertou aquele dia, o primeiro. O a vista.
Ela sentou-se na minha frente, com uma camisa torta do Che.
E respondeu a primeira pergunta sobre História.
A partir desse dia, desenhei em troca de atenção.
Ela sentou-se na minha frente, com uma camisa torta do Che.
E respondeu a primeira pergunta sobre História.
A partir desse dia, desenhei em troca de atenção.
Disquetes velhos
Aquele professor de trejeitos homossexuais poderia me dizer. Ele é quase um Clô.
Daqueles gays inteligentes, sabe?
Um cara ergonomicamente elegante.
Daqueles gays inteligentes, sabe?
Um cara ergonomicamente elegante.
sexta-feira, fevereiro 16, 2007
Deodorant bodyspray
Parece que, a gente se fadou.
No sentido de estar fadado.
A gente acorda e não pode sequer viver sem sentir culpa.
No sentido de viver mesmo. O não-morto.
No sentido de estar fadado.
A gente acorda e não pode sequer viver sem sentir culpa.
No sentido de viver mesmo. O não-morto.
quinta-feira, fevereiro 15, 2007
Dígrafo
Cafajeste, s.m. Mau-caráter; canalha. ca.fa.jes.te.
Mau, adj. Nocivo; ruim; imperfeito; funesto; perverso; travesso. mau.
Caráter, s.m. Índole, firmeza de vontade, personalidade. ca.rá.ter.
Índole, s.f. Propensão natural; tendência especial; caráter; personalidade. ín.do.le.
Canalha, adj. Pessoa ruim, sem-vergonha. ca.na.lha.
Mau, adj. Nocivo; ruim; imperfeito; funesto; perverso; travesso. mau.
Caráter, s.m. Índole, firmeza de vontade, personalidade. ca.rá.ter.
Índole, s.f. Propensão natural; tendência especial; caráter; personalidade. ín.do.le.
Canalha, adj. Pessoa ruim, sem-vergonha. ca.na.lha.
De pedreiro para pedreiro
_ Então, nós levaremos uma piscina, do tipo "mil-litros", e ficaremos semi-nuas.
_ Pó me chamá que eu vô, E nado crawl!
Eu nado é crawl!
Eu nado e crawl!
_ Pó me chamá que eu vô, E nado crawl!
Eu nado é crawl!
Eu nado e crawl!
segunda-feira, fevereiro 12, 2007
Perfil de orkut
"Amo-te tanto! E nunca te beijei...
E nesse beijo, Amor, que eu não te dei
Guardo os versos mais lindos que te fiz."
E nesse beijo, Amor, que eu não te dei
Guardo os versos mais lindos que te fiz."
VI
Descabível mesmo. Desconjuntado.
Ele estava realmente flácido. Da vida.
Sabe, o insaudável?
Pois então. 3:04 am.
Ele abriu aquele bloco de notas, daqueles de não-verdade.
Cheio de citações, aforismos, aforismas. O que for.
Um tanto disso, daquelas mini-verdades.
Do tipo, daquele muro.
"Trabalhe menos, trepe mais."
Dorme. Dorme. Pêlamordedeus.
Re-dormiu.
Descabível mesmo. Desconjuntado.
Ele estava realmente flácido. Da vida.
Sabe, o insaudável?
Pois então. 3:04 am.
Ele abriu aquele bloco de notas, daqueles de não-verdade.
Cheio de citações, aforismos, aforismas. O que for.
Um tanto disso, daquelas mini-verdades.
Do tipo, daquele muro.
"Trabalhe menos, trepe mais."
Dorme. Dorme. Pêlamordedeus.
Re-dormiu.
V
Dilatou.
Já era o mais-noite. Aquilo era barriga?
Não, era só umbigo.
Mais um dia com seu umbigo. Que noite.
Que des-jejum, que maré.
Que presunção. Que pretensão. Que maldita vida, adjetivada.
Não tem nem meio. Só ponta. As duas pontas.
Uma gangorra de emoções e des/prazeres. Mas, e aí.
Onde estava o aí. O daí?
As coisas estavam frenéticas. Um diabo de nheco-nheco ali. Aqui do lado.
Uma linha cruzada. Um cala-boca-porra travado na garganta.
Carvalho nem sentia mais seu primeiro nome. Enquanto aquelas janelas piscavam enlouquecidamentes, o som tocava aquela canção velha sem sincronia.
E, não era um sofrimento. Era uma coisa mal-feita mesmo.
Descobrir o sofrimento naquele palheiro era incrivelmente impossível.
Dilatou.
Já era o mais-noite. Aquilo era barriga?
Não, era só umbigo.
Mais um dia com seu umbigo. Que noite.
Que des-jejum, que maré.
Que presunção. Que pretensão. Que maldita vida, adjetivada.
Não tem nem meio. Só ponta. As duas pontas.
Uma gangorra de emoções e des/prazeres. Mas, e aí.
Onde estava o aí. O daí?
As coisas estavam frenéticas. Um diabo de nheco-nheco ali. Aqui do lado.
Uma linha cruzada. Um cala-boca-porra travado na garganta.
Carvalho nem sentia mais seu primeiro nome. Enquanto aquelas janelas piscavam enlouquecidamentes, o som tocava aquela canção velha sem sincronia.
E, não era um sofrimento. Era uma coisa mal-feita mesmo.
Descobrir o sofrimento naquele palheiro era incrivelmente impossível.
IV
Estava cego.
Andava pelas ruas mecanicamente sem ver os transeuntes, nem lojas, nem carro.
Apenas seguia o caminho já gravado em sua mente.
Andava como um animal treinado, perdido em seus pensamentos.
Até que por fim foi dispertado, por uma velha jogada na calçada.
Era uma senhora que aparentava uns quarenta anos, sentada preguiçosamente no chão e com roupas rasgadas segurando uma caixinhas de moedas em uma das mãos.
- Por favor moço, não teria uma moeda de dez centavos para ajudar uma velhinha?
''Há ajudar você? Por que não levanta e vai trabalhar? Tão cômodo assim ficar jogado no chão não é mesmo?'' - Pensou Carvalho sentindo uma certa repugnância daquela cena.
Com tamanha má vontade resolveu puxar uma moeda aleatoriamente de seu bolso. Era uma moeda de cinquenta centavos. Será que aquela velha teria troco?
Jogou a moeda e foi embora.
Já tinha esquecido a velha e o Diabo quando chegou finalmente em seu destino.
Sua casa.
Mais um dia miserável e desperdiçado.
Ao entrar pela sala, não viu uma alma viva. Nem o seu gato Bola de Neve veio recepciona-lo, mas isso já era de costume.
''Aquele gato miserável não faz nada só come e dorme... e mesmo se a gente morre de chama-lo ele te ignora complemente. Acho que é por isso que gosto dele. Tem uma personalidade forte.''
Mesmo sabendo que era em vão, tentou chama-lo. Mas não obteve nenhuma resposta.
Caminhou pela casa, parecia que estava deserta.
Finalmente chegou em seu santuário, o seu próprio quarto.
Ficava no segundo andar no final de um longo corredor, a ultima porta.
Entrou. Se jogou na cama.
Adormeceu.
Estava cego.
Andava pelas ruas mecanicamente sem ver os transeuntes, nem lojas, nem carro.
Apenas seguia o caminho já gravado em sua mente.
Andava como um animal treinado, perdido em seus pensamentos.
Até que por fim foi dispertado, por uma velha jogada na calçada.
Era uma senhora que aparentava uns quarenta anos, sentada preguiçosamente no chão e com roupas rasgadas segurando uma caixinhas de moedas em uma das mãos.
- Por favor moço, não teria uma moeda de dez centavos para ajudar uma velhinha?
''Há ajudar você? Por que não levanta e vai trabalhar? Tão cômodo assim ficar jogado no chão não é mesmo?'' - Pensou Carvalho sentindo uma certa repugnância daquela cena.
Com tamanha má vontade resolveu puxar uma moeda aleatoriamente de seu bolso. Era uma moeda de cinquenta centavos. Será que aquela velha teria troco?
Jogou a moeda e foi embora.
Já tinha esquecido a velha e o Diabo quando chegou finalmente em seu destino.
Sua casa.
Mais um dia miserável e desperdiçado.
Ao entrar pela sala, não viu uma alma viva. Nem o seu gato Bola de Neve veio recepciona-lo, mas isso já era de costume.
''Aquele gato miserável não faz nada só come e dorme... e mesmo se a gente morre de chama-lo ele te ignora complemente. Acho que é por isso que gosto dele. Tem uma personalidade forte.''
Mesmo sabendo que era em vão, tentou chama-lo. Mas não obteve nenhuma resposta.
Caminhou pela casa, parecia que estava deserta.
Finalmente chegou em seu santuário, o seu próprio quarto.
Ficava no segundo andar no final de um longo corredor, a ultima porta.
Entrou. Se jogou na cama.
Adormeceu.
III
Duas vezes.
Aquilo tudo fazia-o pensar duas longas vezes.
Indo e voltando, em sua consciência. Em sua lógica.
E, por quê não, em sua ética.
Mas, aquilo tudo nada tinha a ver com a ética.
Era só uma deixa para voltar a se infiltrar nele mesmo. No si.
Sim! Ele pensou que poderia ser gay, mas isso lhe caiu. A ficha daquilo tudo.
Tudo é uma mentira. Nada é tão melodramático.
Ou melhor, as coisas podem ser no máximo melodramáticas.
Pelo menos, na cabeça daquele garoto no mínimo egocêntrico. No mínimo humano.
Não era nada mesmo.
Uma mulher. Dois belos peitos.
Peitos!
Entendeu? Entendi.
Desconversou.
Na verdade meio que angustiava, pouco. Mas, angustiava.
A desação é uma coisa meio sufocante, e bem era, na maior das formas - repetida.
Tropeçou.
Re-pensou.
Havia sido um tropeção bem desconcertante. Daqueles que por um triz não soam tão ridículos.
Re-concertou-o.
Re-voltou a seus pensamentos, sobre peitos e tangentes.
Cantarolando aquela coisa toda que ele inventa para mostrar que cantarola.
Ele sentou. Ela sentou. Ela até puxou assunto. Ele saiu.
Pê-Ésse: Ela cruzou as pernas.
Pois bem. Deveria ser um sinal, por mais que nem acreditasse neles.
Então não era. É só, de novo, aquela contínua enganação.
Uma mente dita, desdita e desnorteada pela simples coisa mais mais. A vida.
Aquele culto de personalidade deve ser o cuzinho disso tudo.
O cu. o caralho.
Aquilo que não deveria estar ali.
O palavrão usado no momento menos conveniente.
Tinha que chegar. Do tipo que gritam quando está no banho.
Duas vezes.
Aquilo tudo fazia-o pensar duas longas vezes.
Indo e voltando, em sua consciência. Em sua lógica.
E, por quê não, em sua ética.
Mas, aquilo tudo nada tinha a ver com a ética.
Era só uma deixa para voltar a se infiltrar nele mesmo. No si.
Sim! Ele pensou que poderia ser gay, mas isso lhe caiu. A ficha daquilo tudo.
Tudo é uma mentira. Nada é tão melodramático.
Ou melhor, as coisas podem ser no máximo melodramáticas.
Pelo menos, na cabeça daquele garoto no mínimo egocêntrico. No mínimo humano.
Não era nada mesmo.
Uma mulher. Dois belos peitos.
Peitos!
Entendeu? Entendi.
Desconversou.
Na verdade meio que angustiava, pouco. Mas, angustiava.
A desação é uma coisa meio sufocante, e bem era, na maior das formas - repetida.
Tropeçou.
Re-pensou.
Havia sido um tropeção bem desconcertante. Daqueles que por um triz não soam tão ridículos.
Re-concertou-o.
Re-voltou a seus pensamentos, sobre peitos e tangentes.
Cantarolando aquela coisa toda que ele inventa para mostrar que cantarola.
Ele sentou. Ela sentou. Ela até puxou assunto. Ele saiu.
Pê-Ésse: Ela cruzou as pernas.
Pois bem. Deveria ser um sinal, por mais que nem acreditasse neles.
Então não era. É só, de novo, aquela contínua enganação.
Uma mente dita, desdita e desnorteada pela simples coisa mais mais. A vida.
Aquele culto de personalidade deve ser o cuzinho disso tudo.
O cu. o caralho.
Aquilo que não deveria estar ali.
O palavrão usado no momento menos conveniente.
Tinha que chegar. Do tipo que gritam quando está no banho.
Literatura de espasmo
II
Não conseguia despregar um dos olhos da pag 56 e o outro no diabo que acabou de cair do céu.
Fingia, compenetrado de olho nas letras embaralhadas, não nota-la.
''Com tantos bancos nessa praça por que justo nesse? Será que sou eu? Quer conversar? Por que não para de cantarolar? Há até que rimou...''
Por fim rendendo-se, fechou o seu precioso Mário Puzo e simulou apreciar a paisagem .
Mas tudo que ele conseguiu apreciar foram os decotes reluzentes. Com certeza isso era obra do diabo.
- Então , você parece ser inteligente lendo esse livro. Eu nunca que tenho paciência para ler livros assim.- disse a garota com um grande sorriso branco em sua face!
"Logo vi, essa mine blusa vermelha e esse sinto em forma de 'saia Jeans', já haviam me contado. E essa sandalha vermelha com as unhas de cor escarlate combinando? É uma vadia mesmo. Estou sendo preconceituoso novamente, quando vou aprender?"
E com um sorriso semi-sacana respondeu:
- Nada!! Só o faço para passar o tempo, gosto de ficar lendo e distraindo, sair um pouco de casa...- Quem ele quer enganar? Desde que sentou no banco não virou uma folha se quer da obra.
-Unh... qual seu nome? Chamo-me Carla, prazer.- Disse ela com um sorriso maior do que seu próprio rosto e cruzando as pernas, fazendo com que os presentes no recinto a olhem com um interesse crescente.
-Ah claro, meu nome é Carvalho. Prazer.- Respondeu tentando evitar olhar o singelo movimento.
Carla parecia se divertir com toda aquela atenção e mais ainda com as afeiçoes constrangidas do jovem rapaz.
Seria o demônio mais uma vez brincando com o instinto masculino? E Deus onde estava para defender a ingenuidade do garoto.
Com certeza ria em seu trono.
Trocaram mais algumas palavras e Carvalho logo deu um jeito de se retirar.
''Por que estou saindo? Meu objetivo principal em ficar na praça ''lendo'' não era encontrar alguém interessante? Pois bem esta lá... então volte para o banco e abundi-se ''
Mas suas pernas não obedeciam e logo Carvalho já estava longe vagando pelas ruas sem rumo. Mais uma vez.
Não conseguia despregar um dos olhos da pag 56 e o outro no diabo que acabou de cair do céu.
Fingia, compenetrado de olho nas letras embaralhadas, não nota-la.
''Com tantos bancos nessa praça por que justo nesse? Será que sou eu? Quer conversar? Por que não para de cantarolar? Há até que rimou...''
Por fim rendendo-se, fechou o seu precioso Mário Puzo e simulou apreciar a paisagem .
Mas tudo que ele conseguiu apreciar foram os decotes reluzentes. Com certeza isso era obra do diabo.
- Então , você parece ser inteligente lendo esse livro. Eu nunca que tenho paciência para ler livros assim.- disse a garota com um grande sorriso branco em sua face!
"Logo vi, essa mine blusa vermelha e esse sinto em forma de 'saia Jeans', já haviam me contado. E essa sandalha vermelha com as unhas de cor escarlate combinando? É uma vadia mesmo. Estou sendo preconceituoso novamente, quando vou aprender?"
E com um sorriso semi-sacana respondeu:
- Nada!! Só o faço para passar o tempo, gosto de ficar lendo e distraindo, sair um pouco de casa...- Quem ele quer enganar? Desde que sentou no banco não virou uma folha se quer da obra.
-Unh... qual seu nome? Chamo-me Carla, prazer.- Disse ela com um sorriso maior do que seu próprio rosto e cruzando as pernas, fazendo com que os presentes no recinto a olhem com um interesse crescente.
-Ah claro, meu nome é Carvalho. Prazer.- Respondeu tentando evitar olhar o singelo movimento.
Carla parecia se divertir com toda aquela atenção e mais ainda com as afeiçoes constrangidas do jovem rapaz.
Seria o demônio mais uma vez brincando com o instinto masculino? E Deus onde estava para defender a ingenuidade do garoto.
Com certeza ria em seu trono.
Trocaram mais algumas palavras e Carvalho logo deu um jeito de se retirar.
''Por que estou saindo? Meu objetivo principal em ficar na praça ''lendo'' não era encontrar alguém interessante? Pois bem esta lá... então volte para o banco e abundi-se ''
Mas suas pernas não obedeciam e logo Carvalho já estava longe vagando pelas ruas sem rumo. Mais uma vez.
130
Não deu pra suportar.
Eu fui lá e botei qualquer hora no relógio, como se estivesse muito desregulado.
Eu fui lá e botei qualquer hora no relógio, como se estivesse muito desregulado.
Aguileño
Que boca de lata. Nariz de águia.
Salazar jurou-te. Você sabe, agora ele está jurado. Vulgo você. O ele.
Um bocado, mucado, de calças na mão.
Ele realmente nem quer falar nisso. Ele quer saber da sua condição.
Ele quer saber das suas coisas, do que lhe causa vertigem.
Ele quer saber o caminho certo para te vigiar.
Salazar jurou-te. Você sabe, agora ele está jurado. Vulgo você. O ele.
Um bocado, mucado, de calças na mão.
Ele realmente nem quer falar nisso. Ele quer saber da sua condição.
Ele quer saber das suas coisas, do que lhe causa vertigem.
Ele quer saber o caminho certo para te vigiar.
Sam
"Os carecas, os carecas são caras com cabelo, mas sem-cabelo no lugar.
Como se fizesse parte mais ainda da cara."
Como se fizesse parte mais ainda da cara."
sexta-feira, fevereiro 09, 2007
quinta-feira, fevereiro 08, 2007
terça-feira, fevereiro 06, 2007
Ergonomia do hífen
Repare só. Que azarismo, que desdenho, que des-sabimento.
Comprimenta. Abre semi-sorriso.
Falta alguma coisa, sei-lá-naturalidade.
Até porque sempre tem a irmã.
Elas nascem nos corredores, enquanto colocamos o primeiro pé na casa.
Então, tem o mínimo momento de decisão. O momento do preconceito.
O momento em que se mede uma réplica da cabeça aos pés.
Eu extendi a mão, com aquela distância-mantenha.
Ela foi e deu a face.
E eu, nem para bater.
Nem para nada. O vento. O ar o fez.
Eu já nem estava mais lá.
Reparei já rindo e abracei da maneira mais torta e retardada possível.
No sentido de, atrasado.
Minto.
Comprimenta. Abre semi-sorriso.
Falta alguma coisa, sei-lá-naturalidade.
Até porque sempre tem a irmã.
Elas nascem nos corredores, enquanto colocamos o primeiro pé na casa.
Então, tem o mínimo momento de decisão. O momento do preconceito.
O momento em que se mede uma réplica da cabeça aos pés.
Eu extendi a mão, com aquela distância-mantenha.
Ela foi e deu a face.
E eu, nem para bater.
Nem para nada. O vento. O ar o fez.
Eu já nem estava mais lá.
Reparei já rindo e abracei da maneira mais torta e retardada possível.
No sentido de, atrasado.
Minto.
domingo, fevereiro 04, 2007
O exato
"E agora, formulei a mim mesmo a pergunta: eu a amo? E ,mais uma vez, não soube responder, ou melhor, pela centésima vez respondi que a odiava. Sim, ela me era odiosa. Havia momentos (mais precisamente, sempre que uma conversa nossa chegava ao fim) em que eu teria dado metade da minha vida para poder estrangulá-la!"
Conhecimentos gerais
_ O mundo vai acabar.
_ O mundo vai acabar.
_ Pasmem, o mundo vai acabar.
_ O mundo vai acabar!?
_ Éé. Passou até no Fantástico.
_ O mundo vai acabar.
_ Pasmem, o mundo vai acabar.
_ O mundo vai acabar!?
_ Éé. Passou até no Fantástico.
Subjuntivo
Eu falo em suas costas como se fosse meu chefe.
Como se todo o perigo fosse realmente excitante.
Como se nossos julgamentos fossem autônomos.
Como se todo o perigo fosse realmente excitante.
Como se nossos julgamentos fossem autônomos.
Relógio-do-Sol
O perigoso disso tudo, é que não se tiram grandes conclusões.
Muito menos morais-de-estória.
Muito menos morais-de-estória.
Padre de los burros
ROCK, s.m. (termo inglês) Forma abreviada de rock-and-roll, dança bastante movimentada, de origem norte-americana.
Sobre pedra
Um castelo de tudo capaz de ferir mãos.
Um roça-roça. Roçar.
De pernas.
E, nenhum pingo de respeito.
Ela te ama. Isso é lindo.
Você só a deseja. Isto é outra história.
Um roça-roça. Roçar.
De pernas.
E, nenhum pingo de respeito.
Ela te ama. Isso é lindo.
Você só a deseja. Isto é outra história.
Pau
A gente quer mesmo que o mundo cometa um des-erro.
Que ele caia em nossas costas, leve como só o ar.
Que eu.
Que tu.
Que ele bote "A Night At The Opera" para tocar.
Pedra.
Que ele caia em nossas costas, leve como só o ar.
Que eu.
Que tu.
Que ele bote "A Night At The Opera" para tocar.
Pedra.
Mambaia
Seja como for, a gente acaba rindo nos finais de frases.
Como se estivéssemos blefando no truco.
Como se estivéssemos blefando no truco.
Nós, por acaso, somos casados?
Você é o meu alicate.
Minha bendita maldição.
Estou realmente de saco cheio de você. Daquele jeito que, sempre ao tocar nesse assunto, solta-se um ou dois palavrões espontâneos.
Eu quero amar meu sertão.
Tenho a sua licença?
Minha bendita maldição.
Estou realmente de saco cheio de você. Daquele jeito que, sempre ao tocar nesse assunto, solta-se um ou dois palavrões espontâneos.
Eu quero amar meu sertão.
Tenho a sua licença?
Meu pai artilheiro
Eu queria vê-lo, de novo, fazendo peripécias na pequena área.
Cabeceando agachado. Meio-embecicletando.
A minha satisfação era ouvi-lo gritando.
"Segundo pau!"
Cabeceando agachado. Meio-embecicletando.
A minha satisfação era ouvi-lo gritando.
"Segundo pau!"
quinta-feira, fevereiro 01, 2007
Plim de viola
O filme ficou bom, e a testa já estava franzida.
Porque virou drama.
E é pra isso que todos eles servem. Só pra isso.
Pra gente quase desesperar, num milésimo de segundo.
Porque virou drama.
E é pra isso que todos eles servem. Só pra isso.
Pra gente quase desesperar, num milésimo de segundo.
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