segunda-feira, fevereiro 12, 2007

III

Duas vezes.
Aquilo tudo fazia-o pensar duas longas vezes.
Indo e voltando, em sua consciência. Em sua lógica.
E, por quê não, em sua ética.
Mas, aquilo tudo nada tinha a ver com a ética.
Era só uma deixa para voltar a se infiltrar nele mesmo. No si.
Sim! Ele pensou que poderia ser gay, mas isso lhe caiu. A ficha daquilo tudo.
Tudo é uma mentira. Nada é tão melodramático.
Ou melhor, as coisas podem ser no máximo melodramáticas.

Pelo menos, na cabeça daquele garoto no mínimo egocêntrico. No mínimo humano.
Não era nada mesmo.
Uma mulher. Dois belos peitos.
Peitos!
Entendeu? Entendi.
Desconversou.
Na verdade meio que angustiava, pouco. Mas, angustiava.
A desação é uma coisa meio sufocante, e bem era, na maior das formas - repetida.
Tropeçou.
Re-pensou.
Havia sido um tropeção bem desconcertante. Daqueles que por um triz não soam tão ridículos.
Re-concertou-o.
Re-voltou a seus pensamentos, sobre peitos e tangentes.
Cantarolando aquela coisa toda que ele inventa para mostrar que cantarola.
Ele sentou. Ela sentou. Ela até puxou assunto. Ele saiu.
Pê-Ésse: Ela cruzou as pernas.
Pois bem. Deveria ser um sinal, por mais que nem acreditasse neles.
Então não era. É só, de novo, aquela contínua enganação.
Uma mente dita, desdita e desnorteada pela simples coisa mais mais. A vida.
Aquele culto de personalidade deve ser o cuzinho disso tudo.
O cu. o caralho.
Aquilo que não deveria estar ali.
O palavrão usado no momento menos conveniente.
Tinha que chegar. Do tipo que gritam quando está no banho.

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